quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Dia da Internet Segura: como proteger as crianças?

Em 05 de fevereiro comemora-se o “Dia da Internet Segura”. Uma data importante para nós, pais e educadores, refletirmos e adotarmos. Nossos filhos estão bem orientados quando o assunto é Internet?

Há dois tipos de temores quando se fala em “segurança na Internet”. Quem não tem filhos, em geral, pensa em se proteger de invasões de privacidade por hackers, roubo de senhas, spams, vírus. Já para nós, mães, o que nos tira o sono é imaginar que um pedófilo ou algum ser mal intencionado tente enganar nosso filho numa sala de bate-papo, uma máfia de tráfico de criança descubra nosso endereço e nos roube a cria, acesso à pornografia e afins. Vocês acham que estou exagerando? Então vou contar uma história que aconteceu comigo.

Quando a Ana Bia tinha 2 aninhos, mudamos para Porto Alegre. Na época eu alimentava um blog dela onde contava suas peripécias com muitas fotos e vídeos caseiros. Juro, eu era fanática por registrar momentos e andava com a câmera, feito um chaveiro, pendurada no pescoço. Um sorriso, clic. Uma careta? Clic. Olha que gracinha, fazendo bolinhas de sabão! Filme. E assim por diante. Subi no Youtube mais de 300 videozinhos, principalmente para o pai dela, que ficara no Rio de Janeiro quando nos separamos, poder acompanhar o seu desenvolvimento. Minha intenção era a melhor possível. Mas eis que...

Um belo dia, num ato de corujice aguda, eu resolvi rever as postagens antigas. E ao tentar abrir um dos vídeos, recebi a mensagem que ele havia sido denunciado e removido “por conter conteúdo pornográfico”. Como assim? Entrei na pasta original no meu computador onde estava o arquivo e assisti por ali. Era uma cena fofa, a Bia de fraldinha, num verão escaldante, brincando num bebedor da famosa pracinha da Encol, ponto de encontro dos gaúchos aos finais de semana. Ela pegava um copinho plástico, enchia de água e ia molhando o bracinho, o ombro, a barriguinha, se matava de rir. O que há de impróprio nisso?

Foi então que eu li. Um só, unzinho comentário na página do vídeo no Youtube me petrificou: “Nice panties”. Em bom português “bela calcinha”. Era uma fralda! Outro dado alarmante: havia 80 mil visualizações! Em geral recebíamos entre 60 a 80 cliques no blog, esse tinha mil vezes mais. Quem diabos estava compartilhando o vídeo inocente da minha filha? Com certeza alguma rede de tarados.     

 
Entrei em pânico e saí verificando todo e qualquer vídeo que eu já postara. Na mosca: as cenas cotidianas comuns, em que ela aparecia vestida, não tinham Ibope. Já as em que estava de biquíni, sem blusa ou algo do gênero, tinha milhares de visualizações. Meu Deus! Passei horas, horas mesmo, virei noite deletando todos os 300 e tantos filmes. Bloqueei o blog dela para o público, coloquei no modo “restrito” e apenas convidados passaram a ter acesso, ou seja, familiares e amigos próximos. É óbvio que a audiência despencou. E é claro que eu me senti muito mais segura. Afinal, quem nós queremos que entre na nossa intimidade e saiba da nossa vida?

É preciso deixar a vaidade de lado e a vontade de exibir nossos lindos filhotes aos quatro ventos e pensar que nem todo mundo os enxerga com nossos olhos de mãe coruja. Há gaviões aí fora (e dentro da web) loucos para darem o bote. Por isso, nunca é demais seguir essas dicas:

- Nunca, jamais, publique fotos do seu bebê ou da sua criança seminua, de calcinha, sem camisa, peladinha na banheira ou em trajes de banho na praia ou na piscina. Nem nas redes sociais para os amigos, pois ela pode acabar parando na tela do amigo do amigo do amigo que pode não ser tão amigo assim.


- Seu filho está em idade escolar e acessa a Internet para pesquisas e para falar com os colegas? Coloque o computador em um lugar de grande fluxo de pessoas na casa como a sala, por exemplo, onde sempre há alguém passando. Isso não só inibe a criança ou adolescente de acessar conteúdo impróprio como você pode entrar no circuito caso detecte algo estranho. Pense na Internet como uma biblioteca onde todos da família têm a carteirinha de acesso e não há nada a esconder uns dos outros. Dê o exemplo, tampouco esconda nada do seu filho.

- Oriente seu filho para que nunca dê a terceiros informações como sobrenome, número do celular, endereço ou bairro onde mora, escola onde estuda, nome dos pais ou onde trabalham, nem faça cadastros em sites desconhecidos sem antes consultar você ou outro adulto de confiança. E que evite publicar fotos em uniforme escolar ou de clubes, e qualquer outra imagem com fácil identificação. Hoje em dia, com pouquíssimos dados é possível descobrir onde uma pessoa se localiza.

- Sente com ele um dia e explique o que são vírus, spams, pop ups involuntários. Converse sobre os transtornos que eles podem trazer a vocês e ao computador (gerar lentidão, roubo de dados, apagar arquivos, destruir informações importantes). 

- Use filtros de navegação. Instale-os no seu computador e limite o acesso do seu filho. Há programas que bloqueiam sites e conteúdos impróprios, inclusive vídeos, por palavras-chaves como sexo, drogas ou quaisquer outras que você definir. Com discernimento, você pode ainda monitorar conversas em salas bate-papo, publicações nas redes sociais, troca de e-mails e verificar os horários em que a internet foi usada.  

Agora, a melhor dica é esta: exercite a confiança mútua entre você e o seu filho. Naveguem na prática da conversa franca. Seja a pessoa mais real (e presente) dentre as centenas de amigos virtuais que ele tem e terá ao longo da vida. Um bom diálogo ainda é a solução mais segura para garantir a tranquilidade no uso da Internet.

2 comentários:

  1. Oi Marcinha!
    Os pais agradecem pela sua postagem!
    Ah, com tempo, vá ao meu blog para comentar o meu Pipo, ok? Abraço do Jefh do http://jefhcardoso.blogspot.com

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    1. Oi Jefh!
      Obrigada pelo comentário, pode deixar q vou comentar sim, já estou seguindo seu blog...
      Abraço!

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